quinta-feira, 13 de setembro de 2018

TCA Resenha - Uma Menina Estranha: autobiografia de uma autista

  O livro Uma Menina Estranha é a autobiografia de Temple Grandin, uma portadora do autismo. A obra conta a trajetória, os pensamentos, os medos, os desafios e as descobertas daquela que vivia a ser uma das maiores especialistas em tratamento de gado em abatedouros. 
  Temple Grandin nasceu em 29 de agosto de 1947 sendo a primeira de quatro filhos, sua mãe, Eustácia, tinha 19 anos quando ela veio ao mundo e percebeu que, depois que bebê completou 6 meses de vida, ficava rígida quando a pegava no colo e, á medida que ia crescendo, apresentava comportamentos diferentes das outras crianças. Ao leva- lá a um especialista, descobriu que a Temple sofria de autismo. Os sintomas que a menina apresentava eram típicos dessa síndrome: dificuldade de comunicação, se perder em seu ‘’mundo interior’’, tinha acesso de raiva, comportamentos repetitivos, entre outros. Mesmo sendo dito a Eustácia que sua filha devia ser internada em uma clínica psiquiátrica e que ela não poderia viver em sociedade, ela insistiu em matricular sua filha em uma escola regular.
  Temple, como características dos autistas, era muito visual e realizava bem trabalhos manuais como as atividades de artes e costura, mas não se saía bem em outras matérias. Seus acessos de raiva eram em resposta ás provocações de outros alunos e acabaram causando sua expulsão da escola em que estudava. Depois disso, sua mãe a matriculou em uma escola menor, a Mountains Country School, que era para crianças superdotadas e, além de possuir as matérias regulares, possuía cavalos, área verde, lago, entre outras atividades para canalizar a energia de Temple. Nessa escola, conheceu o Sr.Carlock, que enxergava o potencial por trás do comportamento impulsivo de Temple. Ele ajudou a canalizar suas obsessões, típico sintoma do autismo, em algo produtivo, como desafiá-la a produzir o quarto distorcido de Ames, um espaço que a ilusão de que dois indivíduos de mesma altura possuíam alturas diferentes, o qual ela conseguiu reproduzir um tempo depois.
  Depois da escola, veio a faculdade. Nesse período, Temple descobriu mais uma obsessão: bretes e manejo de gado. Após observar o tratamento do gado para o abate em um matadouro, ela elaborou estruturas para que o gado percorresse um caminho curvo ao invés de uma reta, para que não ficasse tão assustado, não só para o abate, mas também para ser vacinado e marcado. Nas palavras de Temple: ´’Descobri que, ao encostar minhas mãos no animal que esteja na fila de Beefland [abatedouro], consigo sentir o quanto ele está nervoso. Muita gente diz que, já que não vão ser abatidos, não é preciso ser delicado com eles. E a minha resposta é a seguinte: se sua avó estivesse morrendo num hospital? O que você acharia se o médico dissesse que ela era apenas um paciente terminal, e que podia se jogada em um canto?”.
   Outro tema recorrente durante boa parte da trajetória de Temple, é seu desejo de construir a maquina de abraço: um brete para humanos, a fim de exercer pressão sobre sua pele para ajudá-la a lidar coma sua hipersensibilidade ao toque alheio e seus ataques de pânico. A pressão da maquina  controlada por ela ajudaria a lidar com a situação de toque humano, ajudando a melhorar seu contato com pessoas. Temple construiu a maquina e usou-a para benefício próprio e em outras pessoas, pois, após testes, ela foi disponibilizada em alguns institutos para ajudar na terapia de autistas.
  Depois de se formar, Temple fez mestrado e doutorado em Zootecnia, buscando melhorar o manejo em fazendas e abatedouros. Escreveu diversos artigos na área e dá palestras pelo mundo. Ela diz que o apoio da família, de professores e da equipe de profissionais que acompanhou seu desenvolvimento, foi muito importante para que pudesse ter uma vida adulta independente.
  Pelo fato dele descrever o autismo do ponto de vista do próprio autista, há muitas informações e citações de pesquisas importantes que contribuíram muito para enriquecer nosso trabalho. Adoramos o livro e a história fascinante de Temple, que demonstrou, acima de qualquer dúvida, que existe esperança para a criança autista - que o carinho profundo e constante, a compreensão, a aceitação, o apoio e o estímulo para o que ela tem de melhor podem fornecer uma base a partir da qual ela pode crescer e desenvolver seu potencial.

Letícia Ohnesorge, Geovanna Alves, Ingrid Lopes, Maria Eduarda de Paula e  Thayná Monteiro 9°B

Grupo: Autismo: Uma realidade pouco conhecida



Nenhum comentário:

Postar um comentário

COLABORE COM O BLOG!

ESCREVA-NOS OU ENVIE UMA IMAGEM
DAS ATIVIDADES DA ESCOLA
QUE VOCÊ GOSTARIA DE VER NO BLOG.

Obrigado por sua visita!

Você já esteve aqui