ENTREVISTA COM O REFUGIADO MAHER A ALSOLYMAN

1- Quais motivos que o levou a buscar refúgio no Brasil?

A gente tem guerra na Síria, sabe? Eu tinha que sair da Síria e o Brasil era o país mais fácil para
aplicar para o visto.

2- Quando chegou ao Brasil, quais foram as suas maiores dificuldades?

A dificuldade principal foi falar a língua, porque a maioria dos brasileiros não falam
inglês. E a cultura também é bem diferente.

3- Você já era formado antes de vir para cá? Se sim, como foi para
arrumar emprego?
 Eu sou formado em Direito na Síria, mas eu trabalho como professor de inglês. Meu diploma não ajudou.

4- Como foi sua adaptação a nossa cultura?
 Foi difícil no início, mas agora virei brasileiro.

5- Muitas pessoas olham para os refugiados como pessoas ruins. Por
que você acha que elas possuem esse pensamento?

 Os refugiados vieram de vários países e tem alguns que fazem coisas erradas. Então, isso afeta o
restante que é inocente e geralmente o povo tem ideias erradas.

6- Em nosso país há muito preconceito. Você teve muitos problemas
com ele? Se sim, conte-me um momento que passou por isso.

Não tem não. Uma vez fui dar aula particular para uma criança. O pai dele tentou tirar
sarro do meu país. Eu disse a ele que desse jeito não dava mais e desisti da aula. Mas
além disso, os brasileiros são pessoas boas.

7- Você veio acompanhado de alguém?

Sim, de meu amigo sírio.

8- Você tinha alguma visão desse país? Quais?

 Não. Antes da guerra na Síria você tinha alguma visão? Sabia alguma coisa? Acho que não, porque nossos países são muito distantes. Mas eu sabia um pouco sobre futebol porque a gente da Síria torce
para a seleção brasileira. Estou falando sério!

9- Tem algo que sente saudade em seu país de nacionalidade?

 Sim, minha família e meus amigos.

10- Se os motivos que o levou a vim para o Brasil, acabassem de uma vez, você voltaria para lá? Por quê?

O motivo principal era a guerra. Quando acabar, eu não sei se vou voltar ou não, mas agora não estou pensando em voltar. Quem sabe o futuro me leva!

11- Comparando o país que você nasceu com o Brasil, você vê algum aspecto melhor lá do que aqui?

Sim. Na Síria não tem bandido. Tem guerra, tem bomba, tem tudo mas não tem bandido.

12- Há quanto tempo está aqui? Neste tempo, o que já aprendeu? E de lição de vida?

 Tenho um ano e oito meses aqui. Aprendi muitas coisas. Primeiramente a língua e algumas coisas na cultura brasileira. Agora tenho mais paciência e a minha personalidade melhorou. Aprendi que não devo usar celular na rua anoite após eu ter sido assaltado.

13- É utilizado pelas pessoas o termo “fugitivos” quando se fala em refugiados. Isso é verdade? Se não, por quê?

 Sim, pode ser. O fugir da morte, uma coisa principal, que ajudou os humanos a existir até agora.

14- Qual o seu sentimento ao ver a realidade de seu país hoje em dia?

 A guerra na Síria está acabando. Meu país está melhorando. Estou feliz por isso!

15- Gostaria de deixar alguma mensagem para os alunos?

Cuidem de seu país e não torçam para o Corinthians. Hahahaha.

Síria - imagem retirada da internet

Grupo: Kenna Carvalho, Beatriz Silva e Grazielly Azevedo.